Tenho um sossego que me inquieta.
Um pincel batoteiro que rabisca o tempo que engana. Contudo, nada possuo.
Passa por mim o acenar da despedida encostado no optimismo sempre embusteiro do acaso.
Dirijo na lembrança que me resta o indecente grito da atraiçoada liberdade. Retardo o regresso da anormalidade dos imbecis.
Tudo fugiu de nós.
O rio das palavras escritas na areia do suicídio lavou as lágrimas que escondemos na manta dos dissabores.
Possivelmente alguém irá entender a cicatriz que não pára de nos afastar. Navegar neste limbo nunca deixará de ser uma desistência.
Lágrimas negras procuram desesperadamente conforto.
Na margem vadia louvo a coragem daqueles que ainda agitam o pano da ensanguentada rebeldia.
Nunca será desta maneira que nos matarão!
Ainda somos poucos na imensa insubmissão tatuada nesta atitude.
Há que matar a tirania!
Até que nenhum fascista reste nas nossas cabeças.
,2024Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário