Malmequeres conversam numa jarra enferrujada. A água, maliciosa, ouvia preguiçosa, palavras que fugiam da sua azia.
Choviam cântaros animados, trazidos por saltimbancos em adiantado estado de desemprego. As palavras importantes tardavam a acontecer, e as canecas do vinho, sem tragos, começavam a desconfiar.
O desespero é sempre uma ideia muito mal suportada. Fala-se sempre tardiamente da sua notícia. E, nem sempre se encontra o fato adequado para vestir. Ninguém rega o jardim das sombras, embora toda a gente queira arranhar a flor da esperança. Pede-se amizade, agora numa qualquer rede social. É simples de adquirir. Pode saber bem, mas geralmente faz mal. Talvez seja como a “organic food”.
Que deus me ajude!
Que me ampare a diarreia!
Não comungo desta ideia!
Tragam-me uma bifana!
Há cheiros que me cansam de um modo abusivo. Enjoo sem motivo, e, é bem verdade que não interajo facilmente. Por acaso, nem acho isso indecente. Até porque não gosto de ficar com o optimismo em banho-maria.
Uma jarra ensanguentada, mostra-se cansada da água destinada, para afogar as lágrimas do silêncio por vezes inquietante. Os filmes bons são aqueles que ainda alimentam a nossa memória.
E, convém saber, que a memória é um prazer que não cabe em toda a gente.
Sem comentários:
Enviar um comentário