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sábado, 11 de maio de 2019

NUNCA DEVEREI NADA À PRETENSA BONDADE DA HUMANIDADE

Na sala da despedida do jardim das árvores brancas, estendo a mortalha da memória.
Sentado no banco das lágrimas tristes,
rasgo beijos escritos nos poemas dos anjos caídos.
Chegam-me sorrisos com palavras há muito não ouvidas, enquanto nos ombros, caiem gotas com o peso das ausências (sempre choradas).
Não me apetece estar na clínica da bondade apodrecida.
Há um tropeço malicioso, sempre pronto para cimentar a ruína.
Uma rede nada prestável para amparar o cair.
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Está escrito naquele painel,
oleado com a maior falsidade.
Entretanto, num obscuro laboratório, ordenham-se alquimias infalíveis,
previamente testadas na ansiedade do prometido mundo novo.
Ordenam-se artifícios magoados nos partos prematuros.
Parem-se crianças com olhos assassinos, ostentando tentáculos famintos, prontos para a guerra frutuosa das angústias pré compradas.
Mas ninguém ri, neste postal ilustrado com códigos errados.
Desistir, é o destino mais traiçoeiro que nos podem oferecer.




,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

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