Talvez
porque nesta visão encurtada agora escute um passar apressado neste
ritmo acanhado que espera horas decentes.
Talvez
porque neste cansaço já frequente, a identidade está mais próxima
e o sorriso ainda paciente, teima em ignorar a certeza mais que
presente, com que agora a fingir o mais valente, brinco com os dias.
Talvez
porque a memória neste esgotamento admitido, goste de celebrar laços
que me enlameiam a garganta.
“Still
crazy after all these years”.
Mentira
escondida no escroto!
Quem
julga compreender-me é aquele que nunca entendeu a minha diferença.
Talvez
porque semeio moinhos contra as tempestades, e por tantas pontas que
ousei cortar, embaralho os golpes da audácia fingida.
Talvez
porque não gosto da fidelidade naquilo que me diz respeito, talvez
porque continue a abraçar a esperança dos dias felizes, talvez
porque não admito qualquer desculpa nas pessoas alheias à sua
própria vontade.
E
assim sendo, mantenho a absoluta certeza de continuar a não ter
qualquer prazer em conhecer muitas delas.
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