Há
culpas que nunca nos deixam.
Têm
a voluptuosa pretensão de florescerem em epitáfios de circunstância
desculpando os sonhos nunca realizados.
Não
gosto dessa ideia absíntica que nos repara num conforto mentiroso,
afirmando sem alma alguma, o tardio do nosso encontro. Não sei
porque oneramos um convite que não conseguimos seduzir. A paixão em
contramão, não faz de nós amantes fora da lei. Há solicitações
que nos ferem e curamos estas feridas no prévio adormecer. Depois
vem o tempo, naquilo que gere a nossa incapacidade. Olhamos
desconfiados com uma esperança que nos magoa, de tão só, como se a
solidão não fosse nossa pertença. Depois, queremos tentar, mas lá
fora o mundo está perigoso. Fingimos, lançando manchas, a qualquer
hipótese de oportunidade.
Dizemos,
sem nunca nos ouvirmos:
Amanhã
será o momento.
2016,02
aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário