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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A CAMISETA (Numa aldeia do Minho)

Campo de milho e muitas vacas falando contentes. O cheiro da bosta corrompia a paisagem. Comecei a ouvir ao longe dois sons da inconfundível Zundapp. Vem aí o Tone. Realmente ele imitava na perfeição o trabalhar do motor da sua inseparável companheira. Abraçamo-nos , embora com a minha renitência em tocar na camiseta do fcp, que ele vestia. Olha o Tone! Grande benfiquista ! Pôto é méda, pá! Respondeu ele à minha saudação. E sorria o sorriso habitual. Olha para este carago, dizia um dos tios, “bem” para aqui com a “bestimenta” do porto, e diz que é merda! Bom fomos para a mesa açambarcar a feijoada que eu tinha cozinhado. O meu tio, virou-se para um dos irmãos e calmamente explicou-lhe : Agora tens aqui um copo de vinho, mas é para ires bebendo pouco a pouco, tá bem? Cuba, Fidel Castro, Cuba, Fidel Castro, respondeu o outro. E logo de seguida , levou o copo à boca e entornou o liquído de uma só vez. Quando esteve na Venezuela, terá bebido um chã esquisito, e assim ficou. O Tone, o da Zundapp, recriminou o acto, repetindo na sua traulitada linguagem a reprimenda que o meu tio, momentos antes dera ao irmão. Teve como resposta, Cuba, Fidel Castro, Cuba, Fidel Castro. Ambiente de festa. Boa comida, acompanhada por um americano subtilmente perigoso. Mais não se podia desejar.
Ainda hoje, guardo a admiração da minha muher, quando o Tone,  o da Zundapp, se pôs a rosnar com um osso de chispe pendurado na boca. Ela, que pensava que já tinha visto tudo da minha família.
Bem hajam!



2016

aNTÓNIODEmIRANDA

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