só tiro
o que lhe deu o vento
confira
tudo que respiraconspira
duas folhas na sandália
o outonotambém quer andar
a palmeira estremece
que ela merece
passa e volta
a cada goleuma revolta
bateu na patente
batatatem gente
verde a árvore caída
vira amareloa última vez na vida
nada me demove
ainda vou ser o paidos irmãos karamazov
na rua
sem resistirme chamam
torno a existir
debruçado num buraco
vendo o vazioir e vir
casa com cachorro brabo
meu anjo da guardaabana o rabo
cabelos que me caem
em cada ummil anos de haikai
as folhas tantas
o outononem sabe a quantas
a chuva vem de cima
corremcomo se viesse atrás
meio amei-o
meio não amei-o
pelos caminhos que ando
um dia vai sersó não sei quando
meio dia três cores
eu disse ventoe caíram todas as flores
abrindo um antigo caderno
foi que eu descobriantigamente eu era eterno
o mar o azul o sábado
liguei pro céumas dava sempre ocupado
primeiro frio do ano
fui felizse não me engano
anos buscando
um ânimo novo
cortinas de seda
o vento entrasem pedir licença
lua à vista
brilhavas assimsobre auschwitz?
tudo dito,
nada feito,fito e deito
tarde de vento
até as árvoresquerem vir pra dentro
tudo claro
ainda não era o diaera apenas o raio
essa vida é uma viagem
pena eu estarsó de passagem
longo o caminho
até uma florsó de espinho
nadando num mar de gente
deixei lá atrásmeu passo à frente
noite alta lua baixa
pergunte ao sapoo que ele coaxa
nu como um grego
ouço um músico negroe me desagrego
a noite - enorme
tudo dormemenos teu nome
tatami-o ou deite-o
de colchão em colchão
chego à conclusãomeu lar é no chão
madrugada bar aberto
deve haver algum enganopor perto
acabou a farra
formigas mascamrestos da cigarra
minha alma breve breve
o elemento mais leveda tabela de mendeleiev
essa ideia
ninguém me tiramatéria é mentira
jardim da minha amiga
todo mundo felizaté a formiga
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