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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

E O MEU FUTURO FOI AQUILO QUE HÁ-DE VIR

Não sei que mortalha me vestiram,
Que flores encomendaram
Para esmaltar a terra íngreme que me pariu.
Que música tocaram
Num funesto cortejo,
Orlado com gaitas de uma fanfarra desafinada.
Não sei em que loca me meteram,
Nem nada da missa do corpo ausente.
Cartões trémulos de cortesia,
Com pêsames mentirosos.
Discurso, medalha e bandeira
Embutidos numa medíocre fantasia.
Cantaram uma quase saudade,
Com todos os andamentos parados
Glissandos gemidos numa muda sinfonia.
Um total sacrilégio
Para a  terra que me viu partir!
E o meu futuro, foi aquilo que há-de vir.







2016

aNTÓNIODEmIRANDA

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