Ficava
triste,
mas
nunca invejou o bentley do patrão.
Agarrado
à máquina,
lá
na fábrica, dois euros à hora,
aquilo
que lhe diziam valer,
continuava
a obra.
O
ordenado, quando pago,
nunca
chegava.
E
ansiava pelo fim do dia,
que
já sabia, em nada seria diferente
dos
outros, que tanto lhe doeram.
Nunca
comprometeu a produção,
nem
a contínua avaliação.
Chegava
com a fome a casa,
onde
muitas vezes,
nada
havia para comer.
Deitava-se
sempre com uma voz,
que
constantemente o atropelava,
dizendo-lhe:
Isto
é mesmo assim,
foi
sempre assim,
o
que se há-de fazer?
,2016 aNTÓNIODEmIRANDA
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