Deixa-me jogar
Só mais uma vez!
Esta roleta está viciada.
Suja de tanta ingratidão.
Deixa-me compor o nó da garganta.
Não tenho culatra
Para puxar atrás.
Tenho calos na vontade,
Atilhos na liberdade,
Disparos pendentes,
Gestos dormentes
Numa acção que nem acta nem desacta.
Só quero jogar a última vez
Com a ficha exacta.
Deixa-me jogar só esta vez!
Prometo não falhar!
Já sei como se faz.
Serei rápido e eficiente,
Agirei com a alma necessária,
Não terei o dedo trilhado.
É a última vez!
Prometo ser decente.
2016
aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário