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terça-feira, 24 de novembro de 2015

VINHA D`ALHOS

As noites velhas queimo-as nos calendários. Caminho às cegas pelo meio do medo, levado por uma música pautada por compassos da mais pura seda. Canto pressuroso de abdicações, cambalhota de um surdo ouvido, que me perde a viagem, enquanto o corpo envelhece em escuras sinfonias trinadas por um arrependimento silencioso. Encolho-me em eliminações de vaga ideia e atiro alguns escombros ao ar, como se fossem falsas carências. Volto a ti e ao que de mim resta, talvez com palavras nunca pronunciadas. Já começa a ser difícil, erguer este nada lisonjeiro sinal do tempo, que me vai queimando a luz. Mágoa derramada num sangue oportunista. Preocupo-me deveras, com a má qualidade desta vinha d`alhos! Tenho outros dias para não atinar com certos temperos.
Atentamente,

2015aNTÓNIODEmIRANDA

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