As
noites velhas queimo-as nos calendários. Caminho às cegas pelo meio
do medo, levado por uma música pautada por compassos da mais pura
seda. Canto pressuroso de abdicações, cambalhota de um surdo
ouvido, que me perde a viagem, enquanto o corpo envelhece em escuras
sinfonias trinadas por um arrependimento silencioso. Encolho-me em
eliminações de vaga ideia e atiro alguns escombros ao ar, como se
fossem falsas carências. Volto a ti e ao que de mim resta, talvez
com palavras nunca pronunciadas. Já começa a ser difícil, erguer
este nada lisonjeiro sinal do tempo, que me vai queimando a luz.
Mágoa derramada num sangue oportunista. Preocupo-me deveras, com a
má qualidade desta vinha d`alhos! Tenho outros dias para não atinar
com certos temperos.
Atentamente,
2015aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário