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domingo, 15 de novembro de 2015

O PRECÁRIO SORRISO

Ardis! Ócio! Máscaras! Atiçam esta melodia que não é senão um reino de lã saqueado. Ouves o especialista dos parágrafos, lascando o medo e o desejo, porque a dor agora exige outro nível de violência. A morte doce, flagra a batota dos jogadores. É sua, a maneira de decidir, neste lamaçal  incendiado, que  foge até à sombra .Já não há lampiões com essa luz pálida, abraçados por caricias titubeantes, lambidos e beijados por cães, velhos conhecedores desta arte, maldosamente impedidos de frequentar mictórios públicos. Não tivemos sequer uma viagem em comum. Não sei que sequestro nos separou, nem o cativeiro onde todas as pretensões foram diluídas, nem as cinzas que nos queimaram. O precário sorriso espreita na cornija, enquanto lágrimas sujas, nos cobrem agora com a sua parda eminência.
E esta, transborda um nojo enrouquecido pela espuma da mais triste das horas.





2015aNTÓNIODEmIRANDA

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