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terça-feira, 4 de novembro de 2025

É PROÍBIDO ENTRAR

 


Fecha a porta. 
Já estão cá todos. 
Mesmo aqueles que não sabem que faltaram. 
As flores esperam o toque, 
enquanto brincam com palavras cruzadas. 
Cá fora, na pedra dos sonhos curvados, 
juntam-se numa amena cavaqueira, 
versos amarelecidos por tão longa espera. 
Um Bandoneon abandonado,
 aguarda na milonga mãos que o afaguem. 
Cá fora é um lugar que não merece ser respeitado. 
E a velha canção vai espalhando teclas, 
que já não são flores, num caminho já sem sentido.
Sangramos a mesma cor do triste tango.
Cá fora,
risquei a voz que constantemente repetia:
é proibido entrar.






2018Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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