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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

SE SEQUER ME RECORDASSE

 

Poderia explicar, 
se sequer me recordasse, 
de uma só hora que de mim fugiu.
Não percebo o tardar deste acontecer, 
neste jeito de morrer, pejado de fantasmas, 
apedrejados no desespero da avenida 
das estátuas apodrecidas. 
Alguém que habite a solidão  
continuará a não incomodar 
a nojenta consciência da realidade. 
Veias com o sangue de todas as cores 
tentam adormecer histórias com um conveniente final feliz. 
Esta é a noite do entrudo de plástico,  
das máscaras do perturbador sentido, 
sem nada para disfarçar. 
Será esta a vez da próxima investida 
da despedida anunciada?
Leva-me daqui logo que te lembres,
embrulha-me no teu olhar, 
não me escondas num canteiro sombrio 
porque eu perco - me com assídua facilidade. 
Cuida de mim quando puderes, 
mesmo que o desespero que cobre a minha pele, 
nunca tenha tocado a tua indiferença. 

,2021Novembro_aNTÓNIODEmIRANDA


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