Sou sempre um estranho
neste espelho
que julga que sou eu.
Não tenho tamanho neste caminho
e vozes emparedadas
dizem-me palavras esquisitas
como se fossem unhas infectadas
cravadas na minha pele.
Ninguém me acode
neste rogo envergonhado
beijado por chicotes poliglotas
hospedados na angústia da minha espera.
Eu só preciso de viver,
pelo menos até ao entardecer,
neste harém que me desalojou.
Sou um cristo,
filho de um deus
surpreendido.
neste espelho
que julga que sou eu.
Não tenho tamanho neste caminho
e vozes emparedadas
dizem-me palavras esquisitas
como se fossem unhas infectadas
cravadas na minha pele.
Ninguém me acode
neste rogo envergonhado
beijado por chicotes poliglotas
hospedados na angústia da minha espera.
Eu só preciso de viver,
pelo menos até ao entardecer,
neste harém que me desalojou.
Sou um cristo,
filho de um deus
surpreendido.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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