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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

NUNCA QUIS SER SÓ UMA COISA

 Se encontrares a minha coleira, não penses que a abandonei. Estou numa estrada anónima que conta histórias para me animar. Não sei que horas me faltam para chegar à felicidade. Não dou valor nenhum àquilo que de errado fiz, e, emendar hipóteses falidas, é uma ocupação que não me seduz. Estou no desemprego desse tipo de atracções. Nunca quis ser só uma coisa, nem completar a importância do nada. E no sonho que um dia me irá deixar, ficar por fim nos voos do sossego, como se fosse viajando escondido nas asas do desejo. Agora que o resto é o presente que me abraça, escondo o futuro no buraco da agulha, sempre pronta a infectar a minha vontade. Lágrimas derrotadas choram no vale das perspectivas selvaticamente feridas. Não posso gostar deste filme!
Recuso rever-me no écran, que sangra realidades em sanduiches com recheios de superstições malcriadas. Adormeço a luz, apago as centelhas desta maldita memória, pego fogo à ilusão.
Estou farto desta narrativa!
Prepara-te puta!
Estou pronto para matar a eternidade!
Amo-te porque não consigo odiar outra coisa.
Eu sou aquele - Que tu sabes 
- Que eu não sei.


,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA


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