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quinta-feira, 20 de junho de 2019

CECIL TAYLOR

Sacudia a extravagância no 
teclado do piano.
Naquela noite de `77, 
embebedei-me para sempre, 
com aquele som que não 
queria fugir dos ouvidos. 
Na praia de Espinho, 
o frio do mar, 
continuava o concerto 
com notas que tentavam 
adormecer o saco-cama. 
E, eu, rezava com as estrelas, 
privilégios do mais feliz habitante 
do império com sentidos. 
Queria abraçar aquele anjo com fumo, 
e remar nas suas ondas de incenso, 
a exactidão da loucura 
que há muito procurava. 
Taylor entregava abraços 
ungidos de liberdade, 
e, eu, na maré dos 22 anos, 
cavalgava mundos naquela mala.


2019jun_aNTÓNIODEmIRANDA

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