Já
é tarde nesta noite que me tarda o adormecer e um anjo estrelado
teima em sair do meu sonho. Fugiu com os olhos de um cometa de cauda
arrebitada cheio de pressa para fatiar a angústia. Acenou a um índio
que limpava os vidros da janela do New York City Blues. Como sabem o
edifício onde os vagabundos celestiais escondem as suas auréolas.
Ninguém se incomoda com a hipótese verdadeira de ele num assomo de
identidade roubada arrefecer o chão mesmo tendo todo o cuidado para
não atrapalhar o trânsito. Não tenho outras coisas para incomodar
o meu sonho. Por isso sugeri delicadamente o aparecimento de uma
lista das páginas amarelas para amparar a sua queda. A operacional
das comunicações estava ocupada e deixou as instruções numa
gravação com demasiada publicidade para eu entender que nada
poderia fazer. Não sei realizar este filme. Vi um anjo admirado
dentro do meu sonho. Mas ninguém lhe dá boleia. Há um sinal do
código da estrada não identificado onde todos param sem razão
aparente. Devolvi-me à realidade e agora tento abafar possibilidades
tão maldosas que irão mentir o sono que vou dormir.
PULL
MY DAISY.
,2016,04aNTÓNIODEmIRANDA
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