escrevo na outra fase da lua,
enquanto sonhos ansiosos
aguardam curiosos
temperos coloridos
com os sabores de ousadias não programadas.
Do lado esquerdo,
deito-me enternecido,
e jogo o elenco preferido,
agarrado a uma eventual play station
com comandos avariados,
que fugiram para outra cena
agarrados ao chupa-chupa da Mary Poppins.
A Alice já não quer dormir comigo,
( a não ser do lado esquerdo )
e deve ser por isso que tenho suores frios
que me enlouquecem a barba,
sempre mal disposta para o afago do pincel.
Não sei quem mora aqui,
agora que estou disponível
para uma conversa de pé de orelha,
sem corrector pornográfico.
Do lado esquerdo,
alcanço outras irreverências
e não é sujo dizer
que amparado por óculos monofecais,
sinto nas costas um par de m(i)amas,
que me aquecem as mãos.
Do lado esquerdo...
2016,03aNTÓNIODEmIRANDA
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