Obrigado pelas manhãs que
me deste, onde acordei entre lençóis molhados com toda a amargura embrulhada.
Tinhas dito que não gostavas de mim, eu, que nunca reclamei o amor que me
entregavas com ais mentirosos que sufocavam os soluços com que te amava.
Costumavas dizer, (lembras-te?), que era eu quem mentia, mas no teu ódio já eu
sentia que me tinhas abandonado. Não têm significado as noites fingidas,
adormecidas em almofadas, onde a ausência estava sempre presente. Conservo uma
angústia abusivamente magoada com o sabor do sangue caído de lágrimas que
continuamente me cortam. Obrigado pelas manhãs apunhaladas, nas noites que não
nos pertenceram. Tenho agora um golpe fino ao longo do único sonho que me
recuso. Obrigado pelo relatório povoado com nuvens tão duvidosas que só
oferecem a ideia de um fim não certificado. Obrigado pelas propostas
maldosamente desenhadas, que só impediram aquilo que deveríamos ter feito. Nº 5
Chanel e Davidoff, não ligaram. Não apanhámos o jeito. Perdemos assim a
urgência da nossa amplitude.
Obrigado.
aNTÓNIODEmIRANDA
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