Não há janelas com vista para o futuro
nem abre-latas que não enferruje a coragem.
É essa a sorte entregue pela ignorância.
Alguém que arranque
as palavras importantes
que sem a mínima esperança
ousei escrever.
Vai longe o viver
Já nada de novo
No dia que há-de vir
Poderá acontecer.
O voar que já não sussurra,
segue por aí num tropel preguiçoso
pedindo ao tempo a morada
do perfeito desconhecido.
E o vento que mente
no tudo entender,
cola na vidraça dos anos apodrecidos,
sorrisos com lábios de framboesa.
Guardo no congelador rodelas de ficção
a fugir da anunciada falência.
No dia que virá
Já nada de novo
Poderá acontecer.
Vai longe o viver
com a paz já não mora aqui.
Nada de piedade neste parágrafo
abusivamente pintado de estercos.
É sempre longe demais
É sempre longe demais
o caminho que oferecem as vozes com hálito
de ácaros.
A solidariedade há muito que deixou
de ser o cenário possível.
Agarrado ao lindo verbo da imensidão,
Agarrado ao lindo verbo da imensidão,
nada já faz sentido muito menos
reinventar o que continuo a não saber.
Só me restam cem beijos
e um cabaz de desejos abandonados.
Nenhum deles será para ti.
Noites das grandes pedradas,
não quero sentir a falta
da nossa saudosa liberdade
Nesta corrida não há cavalos nem desatinos.
Nunca mais são 4 da manhã
na feira das realidades inventadas.
Lágrimas abandonadas
pedem boleia na paragem da privação.
Posso agora dizer que não quero falar sobre isso.
Seria bom que pelo menos um beijo
se embriagasse no dossel da ousadia.
Caminhar na areia para que a espuma
entregasse as cumplicidades
que julgávamos ausentes do caminho da saudade,
longe do dia sem regresso.
2025Mai._aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
2025Mai._aNTÓNIODEmIRANDA
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