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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

SANGUE NUM ALGUIDAR ENVERGONHADO

 

Onde te escondes? 
Fugiste da tela, borraste a pintura.
Queres que te ame?
Já tenho poucas paixões.
Odeio ver-te partir.
Que sono queres embalar?
Agora só durmo num tiro 
que tenta animar uma razão desbotada. 
Pensei que achar-te, 
seria uma das salvações possíveis, 
mas este sangue maldisposto
não deixa de me infectar. 
Onde pairam os deuses mostrados no noticiário?
Baby, não sou um assassino eficaz.
Encosto os ouvidos nesta serra deliciosa.
Decalco passados falsificados.
Ó meu anjo porcamente consignado! 
Ó angústia apodrecida!
Desmaio colorido de pensar que não existes.
Saborear-te num hambúrguer mijado no McDonald's
maionese à pressa feita na retrete, 
esperar por ti na caixa do pagamento automático, 
sorrir,  como sempre a fingir, 
para a vagina da segurança, discretamente, 
nada interesseiro, 
enganadoramente prometedor.

Ó ilusão, tesão de todos os pecados!
Roubaram-nos a veia que prometia a absolvição.

, ,2022Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

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