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domingo, 4 de dezembro de 2022

A PRETO E BRANCO

 

Quando me perguntam como vai a vida, 
eu que nada conheço desse caminho, 
só tento entender a faca que tenho na mão. 
Só quero matar a minha ausência.
Apanhei-a a divertir-se com outra companhia. 
Já me atraiçoei as vezes mais que devidas, 
já reparei todos os meus pecados
nos duelos para não morrer, 
e entulho a minha jarra com balas obsoletas. 
Aguço os fins dos dias com lâminas amigas, 
onde não sou o bom, nem o mau nem o vilão. 
É certo que por vezes rumino o spaghetti do Sergio Leone acompanhado pelo Trinità do  Enzo Barboni.
Nasci no tempo da tv a preto e branco 
com todos os canais da minha imaginação. 
Nada então nos impedia de conversar.


2016,11aNTÓNIODEmIRANDA

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