Não assino desculpas para este encostar
do tempoque abandona solidões nas costas.
Ousei mandar a esperança escondida
nas garrafas que esvaziei.
Esperei, nas mais tristes madrugadas,
um sinal, mesmo sem sentido,
que confortasse a mais doída das despedidas.
Tudo foi apunhalado, neste desgosto escrito
no novelo mentiroso.
Caminho no deserto das ideias válidas,
carimbando mágoas bordadas a ponto-cruz.
Limpo o desejo a guardanapos tão gastos
como as minhas sujas recordações.
Vou fugindo, não tão rápido como desejo,
da sombra que pinta desgostos.
Um destes dias, terei de aprender a voar.
Preciso urgentemente
de assassinar o encanto da lua.
,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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