nb: continuo com um arrependimento ineficaz.
Magoo-me assiduamente na única esperança possível. Sou um doce, que amarga certos dias, uma sobremesa por vezes traiçoeira, uma folha fugidia da paisagem desolada. Alguém que vai deixando de me pertencer. Um monte de datas com poucas vontades. Um abrigo amigo, teimoso, que por vezes torna as coisas difíceis, mas que me ajuda na procura de alguém para culpar. Só gostamos daquilo que nos pode matar. Abonámos a estima. Temos de parar de brincar aos inocentes. Já basta de desapontamentos. De conversas com cheiro amargo na pele. Só mentimos para adiar as lágrimas da desilusão.
Todas as noites arrastam a despedida. Tentam pintar as voltas do passado com uma luz desbotada. Carregámos o abraço do perdão mentiroso. Nada de importante conseguimos. E a cega paixão que imaginámos, foi a mentira mais verdadeira. Deitamo-nos como assassinos, entre sorrisos que fizeram fugir os pássaros do paraíso.
,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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