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sábado, 28 de março de 2020

COURO/PICHA/&OSSOS


Couro/picha/& ossos. 
Estou incendiado neste quarto imundo, hotel de todas as classes, ouvindo velhos carecas de púbis nojentas, tentando convencer a puta da EN1, que pouco antes os fitava com olhares de perdição. 
Vamos mentir! 
Pouco sobra nesta carteira e a outra vida, aquela escondida, já teve melhor maneira. 
Sozinhos, encostados á árvore dos bicos, assobiam para o lado melodias desamparadas para disfarçar a falta de vaselina. 
E fingem quando chegam a casa, um ar cansado. A criada está à espera. 
A vaca disfarça apressadamente, beijo na testa, sorriso maquilhado, limpa a vagina ao toalhete, que bem lhe soube o minete. 
Veja, há muito que estou à sua espera. 
Ó querido, porquê tanto stress? Um dia vamos fazer amor. Não se apresse! A mim também não me apetece. 
Recebeu o cheque, conferiu o numerário, olhou ternamente o dromedário e disse: ó tio, não fique triste. Em você isso sempre acontece. Não fique assim, não. Olhe, vou chamar o Tadeu, aquele que me fodeu até furar o colchão. 
Querida! Como você é compreensiva. 
Obrigado.
Sinto-me aliviado.

Melides,2017,jul_aNTÓNIODEmIRANDA 

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