Suicídio?
Logo que o viver se farte de mim.
Doí-me o peito, onde já não cabe a felicidade.
Corpo partido, enviado pela angústia à espreita, no 6º andar para o passeio, que, juro, não quero voltar a pisar.
E o choro do irremediável abandono,
corta a recordação das saudações que trocávamos.
Não sei os seus nomes.
Pensei que mais tarde os iria escrever.
A vida, demasiadas vezes oferece-nos farrapos, e eu, já tenho idade quanto baste para não ser apanhado desprevenido.
Confesso, não tive coragem para amparar o desespero daquele que tanto dela gostava.
A existência tem como única certeza a caminhada pela solidão do mais triste sobrevivente.
Vale a pena o quê, neste sonho vazio?
Nestes passos que não ultrapassam a tristeza, sobra a alegria conservada em lágrimas.
Não quero que cuidem de mim.
Estou com raiva!
Merda de cólera que corrói a ternura.
Estou cansado de estar farto.
E, desta vez é mesmo a sério.
A saudade não deveria doer tanto assim!
Já perdi o ninho onde escondia as nossas histórias.
,2020Fev_02_aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário