Partiu na onda do despejo,
e, na despedida nem sequer um bilhete deixou.
Dorme por aí, debaixo do seu rosto de menino,
tentando abraçar fantasias privadas .
Alguém lhe envia recortes dos jornais,
que nada sabem da sua tristeza.
Já não tem tempo para a sua idade.
Levaram-lhe todas as suas memórias.
Não quer a cadeira dourada daquele banco,
que, dizem, continua à espera.
Ainda pensa em coisas boas para acontecer.
Desenhar encontros.
Guardar os melhores cheiros da cidade.
Aliviar a solidão.
Mas, está tudo acabado.
Nem sequer sabe o jogo que pode
brincar.
Agita a espuma que escorre da sua boca, erguendo para o ar,
as mãos sujas do desespero,
porque sempre se sente,
tão sem nome
2019out_aNTÓNIODEmIRANDA
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