Há gajas boas todos os dias, e nos outros,
também não.
Deixa-nos cansados de tanto tentar abrir janelas,
para um olhar sem nada.
Quietos, na espera da manhã atrasada,
celebramos os coros da esperança sem sentido,
enquanto salgamos as feridas que nunca fogem de nós.
Alegramo-nos no futuro derrotado,
e fugimos num passo miúdo,
antes que as lágrimas se riam.
Abraçamos qualquer possibilidade,
ao som das trombetas tocadas por músicos de ocasião, mascarados de talhantes,
hábeis conhecedores da vindima do sangue.
Bebei agora, o que de mim resta!
Claro que é pouco.
&
sobretudo,
não presta.
2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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