Este pensar absurdo, que nos congela os braços, nos apertados abraços que picam as ideias. Esta mania abusiva que enche vazios onde o nada cabe. E estes sorrisos de circunstâncias paridos, que despejam num surdo bocejar o que esperávamos ter acontecido. Enchem-se os poços com moedas sujas, para alcançar desejos que há muito sabemos fora de nós. Rega-se a vontade com fósforos queimados, e assim o incêndio que queremos, torna ainda mais frio o hálito das palavras. E o que fica é um sussurro mórbido e arrependido, uma sugestão escondida no livro que nunca iremos abrir. E as nuvens, que salteamos na mera hipótese da sorte, pintam assim céus fora do nosso alcance. Somos os loucos dos beijos desenfreados, que molham passos que nunca nos pertencerão. Chover no molhado nada tem de original.
Santificado seja o resto que nunca sabemos aproveitar.
Hoje apetece-me soltar poemas.
Hoje apetece-me soltar poemas.
Sem comentários:
Enviar um comentário