Deste seu possível filho desamparado.
Aquele que cansado do caminho, se deitou no passeio, acariciando o lugar onde nunca tinha estado.
Quero deixar esta cidade com ruas que me esfaqueiam. Toda a gente me quer ajudar mas vejo no seu olhar um ar desconfiado.
Estou mais só que um cão abandonado.
Alguém me dê a chave para começar um jogo novo.
Uma nuvem sortuda fugiu do meu casamento e agora desfila pelas avenidas olhando putamente para as vitrinas das marcas da vergonha.
Era azul aquela nuvem que afastou o nosso amor, naquela manhã em que dissemos adeus.
Nada falámos do que sabíamos e 50€ à hora foi sempre uma promessa abreviada.
A primeira vez que a vi, logo pensei que fui eu que tinha pisado a lua. I`m in the mood, prometi-lhe eu, enquanto nos despíamos e eu lhe pedia para deixar o negócio.
Mas ela era só uma rapariga de uma pequena cidade, curiosa pelo vermelho da lingerie que sempre lhe disseram, era pecado. E eu, um mísero apaixonado que lhe afiançou que tudo estaria bem, lá no fundo das almofadas da manhã. Mas aquele chão matou-nos enquanto o amor fugia à pressa. Por vezes pensamos que temos uma boa sensação, daquelas que nunca acontecem, e acreditamos que algo de novo poderá tocar os nossos corpos. Percorro as lágrimas como um cansado galo vermelho e agora quando me vêem, chamam-me aquele que procura aquilo que perdeu nas águas turbulentas.
Não sei porque não fizemos.
Lembro-me de ti, baby!
Húmida, com aquele trocar de joelhos, bem tu sabias, adiantava a pressa de entrar em ti.
2017,jul_aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário