nem eu às vezes sei porque fecho todas as portas e prometo a mim próprio que desta vez a fuga será definitiva. tenho sorte, ouço as canções apetecidas e sinto-me como um maestro dirigindo as músicas do meu desassossego. invento-me, viro-me ao contrário, escondo-me no velho armário esperando a hora da partida. e lembro-me daquilo que antecipadamente sei que não quero. sentado abraço as angustias habituais. continuo a ser o viajante solitário nesta auto estrada só minha.
nem eu sei porque às vezes não encontro as portas e nada prometo a mim próprio. maldita sorte ter memória e o trabalho que ela me dá. definitivamente não sei até onde esta viagem me levará.
ONDE É A AUTO ESTRADA ESTA NOITE ?
às vezes sinto-me como os dias às vezes sinto que não me sinto às vezes corto-me delicadamente e transpiro os desejos inventados. molho-me na minha ficção nos sonhos espancados caçando o meu sonho.
às vezes sou criterioso manhoso raivoso furioso amoroso às vezes sou subtil fútil inútil útil
às vezes consigo ser eu
2006jul10
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