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sábado, 3 de maio de 2025

AMAR-ME DESDE SEMPRE FOI UM JOGO PERDIDO

 


Não sei quem nos perdeu 
no verso fugido do Orfeu.
 
    Nada de mim agora sou 
nem sequer a vã esperança 
num amor que não apodreça 
na nuvem do reino dos burlões.

    Em qualquer lugar em que nos escondamos 
os deuses fornecedores da miséria sem vergonha 
cortarão a vida num lento gotejar, 
distribuindo nojentos bocados aos obreiros do horror.

    Se uma lágrima se esquecesse 
de entregar a angústia que não foge…







2025Abr05_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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