No descontente deitar tento abalar a melancolia mas a solidão encharcada nestes ossos não passa da mais indesejada das companhias. E a revolta que entope as veias não desiste de animar o que farei com as mãos erguidas para o absurdo desejo. Chegam-me as notícias da saudade, como se aquilo que pretendo, fosse a mais traiçoeiras das ambições. Recuso passar o acontecer enfiado num sarcófago à espera da admiração “post mortem”.
Entretanto na almofada da vida possível, tímidas nuvens tentam fugir da nostalgia agitando a bandeira da ofensa. Não há rendição possível.
A consternação repousa na mais impostora indignidade. Banhos de sangue não passam de lamentos tatuados na hipocrisia que domesticamente nos conforta.
QUEM MAIS PODERÁ GOSTAR DE TI?
(fala do reclame).
Olha a televisão! Comprei-lhe toda a mentira! E não imaginas o quão dourou este falsário. Não penses que sou o único!
Esse é o fatídico erro. (Tão pouco me importa o teu desapontamento). Estou sempre disponível para aplaudir a ingenuidade da fé que tanto te agacha. E agora, que tudo te roubei, poderei então saudar a estima e consideração que por ti nunca terei.
,2024Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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