Pesquisar neste blogue

domingo, 8 de dezembro de 2024

A SOMBRA DE DEUS

 


Estranha linguagem falava de poesia no leilão das palavras sem letras. As metáforas foram desviadas para a secção do silêncio privado. Os lotes mais atrevidos secretamente consignados a troco de chorudos resgates. Há um ninho apodrecido pela ganância de habituais curiosos. Detesto personagens. Trago o mundo na malga das frustrações ilustradas pela coragem do monitor. Soluço moribundo. Lembranças destroçadas. Fobia estereotipada. Alma enforcada. Os livros ardem apressadamente. Fartaram-se das brincadeiras dos profetas curiosos. Fui sequestrado por um arco-íris. Na minha cabeça há um comboio de inquietações sem catalogação possível, escondendo visões numa maratona de demências. Janela insensata alucinações digitalizadas grito que afaga suavemente confeitos envinagrados argamassa roída coma esquelético ossos braseados cuspidos com todo o desdém por visionários do subúrbio, apalpando o êxtase das entranhas deixadas ao abandono nos insuspeitos mictórios do cinismo misericordioso. Panfletos contra a opressão das vidraças indigestas. Incógnito, o pianista de jazz iludindo o azar a duzentas rotações por minuto. Crepúsculo contemplando a cópula no caos do líder instantâneo, tatuada no prazo de validade da eternidade. Bactérias antiaéreas invadem vómitos frenéticos aplaudidos num bordel de virgens electrificadas. 
 Psicoestimulante colérico escravizado pelos embaixadores da maldade. 
A rosa enlameada das asas loucas oferecendo vazios sem fim. Diálogo de defuntos aquecido por velas cristalizadas com fragâncias da nojenta oligarquia do Kremlin. Pedófilos ainda não castrados regendo a ilusão. Confissão mágica emprenhando paixões distraídas acampadas no viaduto da burocracia. Caridade sinistra oferecendo exéquias requentadas a arcanjos desossados. Solidões nuas pregadas na cruz de onde fugiu um manequim que nunca aceitou a cegueira escrita na indecência dos boletins das submissões. Mentalidade absurda para podar cabeças empaladas em postes benzidos. De nada vale a pressa na prisão sem fuga possível. A cicatriz da viagem permanecerá violentamente intacta.
Na peça de teatro celebra-se a morte perante o aplauso complacente da sombra de deus.







,2023Dez06e7_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário