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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

E EU, COMO SE FOSSE ATREVIDO

No voo das tuas asas, entregaste-me 
desejos obscenos, trazidos do 
paraíso que tão mal te tratou. 
Guardo pétalas queimadas, 
no choro que tudo lamenta. 
Costumava ser simples, 
o amor mentirosamente 
imaginado, naquele cinema das fitas 
a fingir. 
Já não existe aquele conforto 
que ardilosamente nos iludia. 
E eu, 
como se fosse atrevido, 
puxava-te a saia até às coxas, 
só para mentir 
a temperatura dos teus seios. 
O intervalo servia para ensaiar 
o beijo da cena final. 
Depois, o filme 
tornava-se desinteressante. 
A bem dizer, um empata fodas.


2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA

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