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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

CREPÚSCULO INEVITÁVEL

Guardas o silêncio
deste nome descarnado,
na lâmina que pune
a ferida da hora quebrada.
Está frio,
e cada vez mais vazio,
o sonho antigo.
Envelhecemos acidamente

de mãos enrugadas,
sempre à espera do guarda-jóias
da esperança tardia.
E no meio do solo do Coltrane,

que nos abraça,
apertamos memórias
escondidas na algibeira.
O resto,
que de nós se vai afastando,
permanecerá intacto.
Celebramos o contrário dos dias,
para que a velhice não nos cace,
antes do crepúsculo inevitável.



,2019_ jan_aNTÓNIODEmIRANDA

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