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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

SANTOS DA CASA NÃO FAZEM DONUTS

Era no tempo em que sorria.
Pássaros felizes poisavam os ténis
nos seus ombros com a leveza respeitável
para não ferir a bondade.

Coçava a cabeça
num enlevo vaidoso,
e lia-lhes o paraíso escrito
em fascículos não programados.
Árvores contentes molhavam a relva
com pérolas de satisfação.
Uma dança de duendes amparava
a peregrinação mais bonita,
à espera dos dias da esperança radiante.
Um até logo,
nunca em tons de despedida,
acendia candeeiros que beijavam a festa. Notas soltas, bailavam à toa,
e incendiavam as asas
dos corvos mais felizes do mundo.
No jardim das delícias,
os malmequeres dormiam abraçados
às pétalas da realidade festiva.
E alguém acreditava,
que o sonho só depois acontecia.
Sentada no velho cais,
a maré juntava a mais sagrada espuma,
para abraçar o sono dourado.



2018Jun_aNTÓNIODEmIRANDA

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