Qual o tempo que me pode ajudar?
O da flor que me abandonou,
rosa dos espinhos sangrentos,
o da ausência da ousadia,
ou os dias das pétalas magoadas,
que regam com as lágrimas
esta solidão que já não me embala?
Ou a fúria que escreve na pele
incêndios de asas indignadas?
Um peixe poisa na minha mão,
enche-me a carteira de escamas
que declamam o verbo triste da solidão. Corações desenham na areia,
a lembrança dos falsos passos.
A chama que me ilumina,
não passa de uma luz
imensamente enevoada.
Nada, para além da negação,
para subtrair nesta conta errada.
2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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