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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

É PROÍBIDO ENTRAR

Fecha a porta.
Já estão cá todos.
Mesmo aqueles que não sabem

que faltaram.
As flores esperam o toque,

enquanto brincam com palavras
cruzadas.
Cá fora, na pedra dos sonhos curvados, juntam-se numa amena cavaqueira,

versos amarelecidos por tão longa espera.
Um bandoneon abandonado,

aguarda na milonga
mãos que o afaguem.
Cá fora é um lugar

que não merece ser respeitado.
E a velha canção vai espalhando teclas,

que já não são flores,
num caminho já sem sentido.
Sangramos a mesma cor do triste tango.
Cá fora,
risquei a voz

que constantemente repetia:
é proibido entrar.

 
2018Jun_aNTÓNIODEmIRANDA

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