Já estão cá todos.
Mesmo aqueles que não sabem
que faltaram.
As flores esperam o toque,
enquanto brincam com palavras
cruzadas.
Cá fora, na pedra dos sonhos curvados, juntam-se numa amena cavaqueira,
versos amarelecidos por tão longa espera.
Um bandoneon abandonado,
aguarda na milonga
mãos que o afaguem.
Cá fora é um lugar
que não merece ser respeitado.
E a velha canção vai espalhando teclas,
que já não são flores,
num caminho já sem sentido.
Sangramos a mesma cor do triste tango.
Cá fora,
risquei a voz
que constantemente repetia:
é proibido entrar.
2018Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
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