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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

FALAREMOS SEMPRE QUE NOS APETECER

Tenho horas que me confortam, neste luar atrevido, com o bebop sagrado do senhor Dizzy Gillespie, que abençoa o tempo que me ocupa.
Sento-me na velha cadeira, ao lado de discos tão usados, como a minha memória.
E nesta esperança dos dias felizes, atrevo-me a pensar, que o futuro não passa de uma ideia infame.
Acendo o cigarro com um ritual habilmente repetido, alongo o sabor do vinho, e desenho uma estrada com pensamentos nada higiénicos.
A vida é assim, ou talvez não, diz-me o sorriso da gaivota perdida no bordado de um voo sem destino.
E neste frio de um inverno ensonado, aqueço o desejo com longas conversas, pintadas na tela, por um artista sem mais nada para colorir.
Corro o estore cansado pela insistência dos olhares que não compreendo.
Temos agora, a luz que nos permite ousar outras cores.
Suavemente decoramos o vulcão, e vestimos novelos de amizade, não vá o diabo tecê-los.
Falaremos sempre que nos apetecer, do amanhecer pintalgado, daquele dia sem pressa para aparecer.

,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA

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