Ás
vezes estamos mais empoeirados do que
o retrato que teimamos limpar
e
o pano que nos suja a saudade esconde
as lágrimas que a ausência
nos oferece.
Mete-nos medo o dormir deste cansaço
e tapámos a
escuridão com soluços asfixiados
na esperança do embalo do medo do
sono.
Aleijámos a consciência cheia de cãibras
ensopadas em pó de
talco
e logo pensamos que esta coisa de fingir a vida
nem sempre
resulta.
Ficámos à espera da demora da consulta
e fatigamos o tempo
nesta mentira
que nos apodrece dia após dia.
Elegemos a santidade
plástica
da nossa imperfeição para amenizar
aquilo que, por não
conseguirmos fazer, vai constantemente sendo adiado. Lubrificamos a
intenção com bálsamos tão inúteis como a nossa falta de
préstimo. Somos solidários com aquilo que não presta e iludimos o
pensamento com o cheiro de um ambientador abusivamente impregnado com
cheiro a merda.
Rezamos
de todas as maneiras!
&
isso continua a fazer de nós um exemplo cada vez mais incompleto da
perfeição.
Cingindo
o nosso contrário, os enganos continuarão a não funcionar.
Sem comentários:
Enviar um comentário