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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

ESPERANÇA MENTIDA

Novos medos brilhando no escuro
abraçando um espelho cansado
dos salpicos do amor com pecado.
Persigo as ansiedades que usarei
nas línguas de mentiras
que apertam o cinto
levemente batidas pelo chicote.
Abandono pequenos recados
escritos em fantasias de anúncios.
Desenho a solidão
dentro do mar de tanta gente
que numa ola sincronizada
despede-se à pressa
de si própria.
Aplausos imbecis
continuam a entupir bueiros.
Estrelas decadentes
acendem pastilhas
para o sono de todas as inquietudes.
Tingimos de névoa toda a vontade apetecida
para depois navegar
num estúpido marasmo
a desilusão que vivemos.
É sempre tarde
nas horas que tanto nos fogem.
Ficam tão distantes as palavras
na máquina que já nada escreve.
E esperamos até amanhã
Com toda a esperança mentida.

,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA


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