Pesquisar neste blogue
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
sábado, 25 de fevereiro de 2017
La Llorona | FRIDA KAHLO
Às
vezes
Falovezes
com os
Teus
espinhos.
São
flores que choram
Mesmo
a cantar.
Tenho
agora
Lágrimas
que correm
Para
o rio
E
facas espetadas no dorso.
Ventos
que gelam
O
meu corpo frio.
Frida,
Tapa-me
a tristeza
Sem
a tua dor.
Cobre-me
com o teu calor de mulher
Feito
de amor martírio.
E
Eu
Pensava
Que
só ias dormir
O
sono quieto
Do
lírio
Negro
Amoroso.
2016,12aNTÓNIODEmIRANDA
MANIFESTO
Na minha cabeça há uma cidade
No meu quarto uma cadeia
Nem aquilo que odeio
Consigo destruir.
Não falo de coragem
Mesmo quando maliciosamente
Me bates com o baton
&
Nem Miró
Teria cores
Para pintar os teus olhos.
Não quero mudar nada
Nem mesmo o sótão da minha
Memória.
Nem mesmo este sorriso
Com o qual
Tanto te desejo
Como te odeio.
Desta vez,
Vou fazer o meu inventário :
57 kilos de má disposição
½ litro de esperma tipo h2so4
Um metro e sessenta e 6 de
Decadência
100 anos de solidão
Hálito duvidoso
Sorriso nuclear
Não sei se a minha equivalência
Em lixo vale um saco de adubo
Da pior qualidade.
Kilómetros e kilómetros de apatia
Cinquenta doses de fingimento
Um milhão de desgostos
Ritmo normal de ejaculações
Coração em 2ª mão
Fígado emprestado
Olhar cansado
Memória fresca
Pensamento muito pouco usado
Inteligência não acreditada
Sangue misturado
Futuro ? Nenhum
Solução ? Nenhuma
Soluços ? Poucos
Quase sempre menstruado
Orgãos genitais para a troca.
Antitudo
Mas contudo
A mordidela não é venenosa.
As restantes intenções
São pacíficas.
Note bem :
Estes dados
Foram emprestados
Com a convicção que o meu
Equilíbrio instável permite.
Por favor :
EMBRULHE - ME
E
LEVE - ME CONSIGO.
81jan.aNTÓNIODEmIRANDA
No meu quarto uma cadeia
Nem aquilo que odeio
Consigo destruir.
Não falo de coragem
Mesmo quando maliciosamente
Me bates com o baton
&
Nem Miró
Teria cores
Para pintar os teus olhos.
Não quero mudar nada
Nem mesmo o sótão da minha
Memória.
Nem mesmo este sorriso
Com o qual
Tanto te desejo
Como te odeio.
Desta vez,
Vou fazer o meu inventário :
57 kilos de má disposição
½ litro de esperma tipo h2so4
Um metro e sessenta e 6 de
Decadência
100 anos de solidão
Hálito duvidoso
Sorriso nuclear
Não sei se a minha equivalência
Em lixo vale um saco de adubo
Da pior qualidade.
Kilómetros e kilómetros de apatia
Cinquenta doses de fingimento
Um milhão de desgostos
Ritmo normal de ejaculações
Coração em 2ª mão
Fígado emprestado
Olhar cansado
Memória fresca
Pensamento muito pouco usado
Inteligência não acreditada
Sangue misturado
Futuro ? Nenhum
Solução ? Nenhuma
Soluços ? Poucos
Quase sempre menstruado
Orgãos genitais para a troca.
Antitudo
Mas contudo
A mordidela não é venenosa.
As restantes intenções
São pacíficas.
Note bem :
Estes dados
Foram emprestados
Com a convicção que o meu
Equilíbrio instável permite.
Por favor :
EMBRULHE - ME
E
LEVE - ME CONSIGO.
81jan.aNTÓNIODEmIRANDA
MÃE
Sentado na sua campa teso como de costume
Lembro-me de muitas conversas e do modo como aceitava as minhas mudanças de humor eu sei o que vale uma flor agora que só posso falar com a sua ausência passo o tempo numa peneira plena dos seus sorrisos e de alguns planos para o futuro sou o que sou e mais que ninguém você o sabe alguma coisa a morte levou mas lembro-me perfeitamente quando se despediu de mim com um olhar apressado para a viagem sentado no frio do mármore não con...sigo chorar tudo o que pretendo mais que ninguém você conhece o que poderão significar as palavras que me levam até si desta vez não vou mentir a verdade é que não me tenho portado bem talvez porque saiba que já não se pode preocupar hoje vou ler-lhe um poema daqueles que por vergonha minha nunca cheguei a mostrar sentado na sua campa teso como de costume ainda não consigo lembrar tudo o que pretendo
Não sei quando me vou libertar mas já vi o arco-íris na minha janela eu sei que todos os prognósticos são reservados e as funções vitais são uma grande treta respeito a coragem mas você sabe como odeio a resignação e o tentar terá de ser sempre uma obrigação sentado na sua campa juro que não tenho vontade de abraçar o mundo este silêncio tem o som da conveniência e a minha melancolia não é obrigatoriamente triste o céu é um lugar onde nada acontece embora toda a gente acredite na sua festa sentado na sua campa só como de costume revejo imagens que me vestem e você sabe que eu sou um optimista descaradamente teimoso mãe você sabia que o cheiro dos meus cigarros era diferente e eu nunca toquei em nada que me fizesse mal á cabeça nem mesmo os cogumelos e quando eu ficava a ouvir todos aqueles blues você desligava o aspirador para escutar a música triste mãe eu continuo a ouvir essa música e dou-lhe inteira razão uma perda nunca é alegre sentado na sua campa olho o tempo do tempo soletro horas com hábitos de felicidade que já só têm o cheiro da despedida mãe continuo maluco daquela maneira que você sabe mãe continuo à espera daquele modo que você entende agora deixo-lhe os meus poemas
Esperarei por si no clube dos poetas mortos
Até logo
setembro12.2006Lembro-me de muitas conversas e do modo como aceitava as minhas mudanças de humor eu sei o que vale uma flor agora que só posso falar com a sua ausência passo o tempo numa peneira plena dos seus sorrisos e de alguns planos para o futuro sou o que sou e mais que ninguém você o sabe alguma coisa a morte levou mas lembro-me perfeitamente quando se despediu de mim com um olhar apressado para a viagem sentado no frio do mármore não con...sigo chorar tudo o que pretendo mais que ninguém você conhece o que poderão significar as palavras que me levam até si desta vez não vou mentir a verdade é que não me tenho portado bem talvez porque saiba que já não se pode preocupar hoje vou ler-lhe um poema daqueles que por vergonha minha nunca cheguei a mostrar sentado na sua campa teso como de costume ainda não consigo lembrar tudo o que pretendo
Não sei quando me vou libertar mas já vi o arco-íris na minha janela eu sei que todos os prognósticos são reservados e as funções vitais são uma grande treta respeito a coragem mas você sabe como odeio a resignação e o tentar terá de ser sempre uma obrigação sentado na sua campa juro que não tenho vontade de abraçar o mundo este silêncio tem o som da conveniência e a minha melancolia não é obrigatoriamente triste o céu é um lugar onde nada acontece embora toda a gente acredite na sua festa sentado na sua campa só como de costume revejo imagens que me vestem e você sabe que eu sou um optimista descaradamente teimoso mãe você sabia que o cheiro dos meus cigarros era diferente e eu nunca toquei em nada que me fizesse mal á cabeça nem mesmo os cogumelos e quando eu ficava a ouvir todos aqueles blues você desligava o aspirador para escutar a música triste mãe eu continuo a ouvir essa música e dou-lhe inteira razão uma perda nunca é alegre sentado na sua campa olho o tempo do tempo soletro horas com hábitos de felicidade que já só têm o cheiro da despedida mãe continuo maluco daquela maneira que você sabe mãe continuo à espera daquele modo que você entende agora deixo-lhe os meus poemas
Esperarei por si no clube dos poetas mortos
Até logo
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
NOÇÃO EXACTA
Por
vezes tenho a noção exacta que não valho grande coisa.
Quando
isso acontece, surge-me a certeza absoluta que não haverá por aí,
algo muito melhor do que eu.
,2017fevaNTÓNIODEmIRANDA
ESTOU FORA DESSE CLUBE HÁ MUITO TEMPO
Não gosto deste poema!
Disse-lhe isso mesmo cara a cara.
& as palavras abandonaram a caneta....
No meio do passeio ao zoo queixaram-se ao poeta, que de imediato as consolou enquanto penteava macacos vaidosos.
Estou fora desse clube há muito tempo.
Apertou o estilo e prolongou o movimento, tendo como ponto de partida a abstracção do bardo, quando este se cruzava com as influências da representação figurativa das palavras.
Enrolou um manifesto para denunciar a importância da falta do papel que a geometria desempenhava nesta folha.
Só queria uma arte radicalmente abstracta, sem elementos-base da composição e a recusa absoluta da estética nos "puros sentimentos artísticos".
Abraçou a metamorfose e fumou esta certeza:
estou fora desse clube há muito tempo.
,2017fevaNTÓNIODEmIRANDA
Disse-lhe isso mesmo cara a cara.
& as palavras abandonaram a caneta....
No meio do passeio ao zoo queixaram-se ao poeta, que de imediato as consolou enquanto penteava macacos vaidosos.
Estou fora desse clube há muito tempo.
Apertou o estilo e prolongou o movimento, tendo como ponto de partida a abstracção do bardo, quando este se cruzava com as influências da representação figurativa das palavras.
Enrolou um manifesto para denunciar a importância da falta do papel que a geometria desempenhava nesta folha.
Só queria uma arte radicalmente abstracta, sem elementos-base da composição e a recusa absoluta da estética nos "puros sentimentos artísticos".
Abraçou a metamorfose e fumou esta certeza:
estou fora desse clube há muito tempo.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
NA VIA LÁCTEA DO BUÑUEL
Nada
aconteceu naquele momento em que estive no céu e roubei as escadas
para que ninguém mais conseguisse lá chegar. Acampei na tarte de
limão, aconcheguei a normalidade e espalhei os confetti mais bonitos
na via láctea do Buñuel.
Todo
o olhar era vidrado, exactamente como naquelas séries do Syfy, carne
picada amaciando um crepúsculo de deuses murmurado numa dicção
nada subtil. O mundo está diferente e cada vez mais interessado em
iludir ideias para uma viagem que nunca nos satisfará.
Já
vi este filme. E pior do que isso, é que não me apetece mudar de
canal. São agora dez horas da noite, horas iguais aquelas que
continuo a vomitar. No baloiço desta cadeira, cambaleio num
inverosímil latir do cão e
no meu ombro recostado no sofá, caiem lágrimas da púrpura chuva.
Os meus olhos não te viram e sei que esta não é uma desculpa
aliciante. Gostaria de contar outras histórias, mas não filmadas em
slow motion, para que as mentiras apetitosas não fossem sodomizadas
pelos efeitos especiais. Tenho o horóscopo manchado por pegadas de
pizza oferecida na recepção do motel onde um oral até à última
gota é pago a uma loura a imitar uma Marilyn em forma de candeeiro.
É
tudo tão estranho!
Logo
sou levado a pensar que já vi aquilo que quis. A minha cabeça
capota perante a presença de tanta luz inusitada. Acordo agarrado a
uma roda desconhecida e tento desmaiar perante a visão de um
porta-chaves falante em forma de et, que agora lembro, tinha visto
numa fábrica lá para os lados do Areeiro.
Estava
em promoção! Culpa minha! Merda de distracção!
Liguei
a lanterna para não causar distúrbios à minha bisbilhotice e
poisamos num bar curioso onde saboreamos amistosas sanduiches de
vitela estucada.
Alien
o porteiro da morte, abriu a porta e num desinibido aperto de mãos,
disse-me:
Se
calhar vou ter saudades tuas.
APOSTAS MÚLTIPLAS
A
clemência é uma arte marcial em desagregação.
Knock-outs gourmet empanturram o papo dos anjos e confeitam auto-retratos dizimados em exposições temporariamente sós.
Vitimam conferências iludidas com a sua airosa aparência.
Quando poderei entrar no céu e apagar a fome com a minha pobreza?
Eu que só mastigo a vossa indiferença.
Não fiz nada de jeito, é o que escreve o vosso olhar.
A vossa ganância formatizou o meu mal-estar e no vosso cérebro com o tamanho de uma só vírgula, há um mecanismo de constante rejeição, pintado por uma impressora que amassa o pão nosso que tanta falta me faz.
Códigos genéticos trocados à nascença flutuam no écran tão estúpido como o engano que vos pariu. Sei que a minha tristeza vos é saudável tal como a minha privação é um comprimido receitado pelo serviço nacional da saudade.
Desculpem mas não estou vestido para este funeral.
Decididamente a minha vida nunca será um desdobramento de apostas múltiplas.
Ninguém investe no meu bolso vazio.
,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA
Knock-outs gourmet empanturram o papo dos anjos e confeitam auto-retratos dizimados em exposições temporariamente sós.
Vitimam conferências iludidas com a sua airosa aparência.
Quando poderei entrar no céu e apagar a fome com a minha pobreza?
Eu que só mastigo a vossa indiferença.
Não fiz nada de jeito, é o que escreve o vosso olhar.
A vossa ganância formatizou o meu mal-estar e no vosso cérebro com o tamanho de uma só vírgula, há um mecanismo de constante rejeição, pintado por uma impressora que amassa o pão nosso que tanta falta me faz.
Códigos genéticos trocados à nascença flutuam no écran tão estúpido como o engano que vos pariu. Sei que a minha tristeza vos é saudável tal como a minha privação é um comprimido receitado pelo serviço nacional da saudade.
Desculpem mas não estou vestido para este funeral.
Decididamente a minha vida nunca será um desdobramento de apostas múltiplas.
Ninguém investe no meu bolso vazio.
,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA
WD-40
Impávido
mas não sereno
no meio da circulação congestionada,
já não aguentava a artrite
nem as queixas da artrose.
Mudou de via e entrou religiosamente
no posto de abastecimento.
Uma simples água das pedras
temperada com abundantes salpicos
do milagreiro WD-40,
seria o suficiente para o aliviar.
Ligou o compressor,
ajustou o volume,
agitou a disposição
e começou a ouvir a sua canção preferida.
O relatório das análises indicava
uma substância incomum nas fezes.
Pouco lhe importava!
Não fazia tenção de o mostrar ao médico.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
no meio da circulação congestionada,
já não aguentava a artrite
nem as queixas da artrose.
Mudou de via e entrou religiosamente
no posto de abastecimento.
Uma simples água das pedras
temperada com abundantes salpicos
do milagreiro WD-40,
seria o suficiente para o aliviar.
Ligou o compressor,
ajustou o volume,
agitou a disposição
e começou a ouvir a sua canção preferida.
O relatório das análises indicava
uma substância incomum nas fezes.
Pouco lhe importava!
Não fazia tenção de o mostrar ao médico.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 18 de fevereiro de 2017
FREE LIKE A SHOT FROM MY GUN
D e r a m - l h e u m t i r o n o r e t r a t o .
… M o r r e u s e m d a r p o r i s s o !
,2015aNTÓNIODEmIRANDA
Robert Longo
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
BARCELOS (A TARDE NO CEMITÉRIO)
Combinamos telefonicamente e várias vezes, com o nosso tio, que estaríamos no campo da feira de Barcelos, por volta da uma e meia da tarde. Tudo bem, Tónio, dizia-me ele. Vinde com calma e tudo o mais, que eu, aí perto do meio dia, estarei lá, á vossa espera. Olha que nós chegamos á 1 e ½. Tudo bem, eu estou lá ao meio dia. Gosto de pessoas assim. Impreterivelmente pontuais. Os rojões estavam óptimos e o verde escorregava ainda melhor. Pusemos... a escrita em dia, tarefa fácil para quem usa palavras direitas. Fizemos uma volta pela cidade e passamos uma boa tarde no cemitério. Em modo de curta metragem, visitamos as campas dos familiares ali hospedados, admiramos a sua própria sepultura, já com lápide quase pronta a estrear. E como começou a chover...abriu a porta de um jazigo, e aí, permanecemos até que a mesma já não incomodava. Lembro-me de histórias divertidas, entretidas com o fumar de alguns cigarros.
Tenho uma vaga ideia, daquilo que se passou à noite.
Tenho uma vaga ideia, daquilo que se passou à noite.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO
Orai por nós:
Os desertores da infâmia.
Os que com sangue regam gota a gota
as rosas com espinhos arrependidos.
Os que estão sempre prontos para cair na tentação.
Os que só ajoelham para determinada posição.
Os pervertidos da glória.
Os travestidos da memória.
Os que continuam a sonhar com outra coisa.
Os que não fazem outra coisa senão sonhar.
Os que teimam em tapar o buraco
da camada do ozono com bolas de naftalina.
Os que só pensam em introduzir no buraco do Osório.
Os que se vendem mesmo por preço irrisório.
Os sérios, os graves, os desanimados.
Os ridículos, os burlescos, os grotescos, os cómicos.
Os bizarros, os pífios, os tolos, os engraçados.
Os gozados, os satíricos, os caricatos.
Os disformes, os velhacos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os preocupados sem futuro.
Os desocupados no futuro.
Os medíocres.
Os que escrevem arritmias nos murais
das redes sociais.
Os que injectam doses optimistas.
Os que mantêm teimosamente
ventríloquos tresloucados
E entopem artérias
com todos os sentidos proibidos.
Os que amam nos tempos difíceis.
Os que dormem na vertical.
Os que morrem à pressa.
Os que demoram a viver.
Os que nos aborrecem sordidamente.
Os que usam nós de gravata
completamente desafinados.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os mal-educados.
Os analistas do fluído vaginal.
Os que pedem sempre desculpa numa frequência imoderada.
Os indiferentes.
Alguns indigentes.
Os menos inteligentes.
A carpideira.
A moçoila namoradeira.
O petiz aprendiz.
Os que não corroem a corrupção.
Os fatídicos.
Os distraídos.
Os mal dizentes.
Os mordedores de inveja.
Os sábios sem nexo.
Os que não têm de nós boas ideias.
Os que fugiram à boleia e voltaram de táxi.
O difícil sem fácil.
Os pensamentos mal frequentados.
Os esquisitos.
Os requentados.
Os esquentados.
Os bons e os malvados.
Os putativos.
Os inerentes.
A barata no topo do bolo.
O engraçado que só é tolo.
A dignificação.
A insubmissão.
A sublimação.
A efervescência.
O esturro do tacho.
Quem se deixa ser capacho.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A sílaba mal colocada.
O ponto sem nó. A exclamação desfocada.
Os desarrumados mentais.
E também os sentimentais.
Os que confundem bóbós com papos de anjo.
O padre que diz que perdoa.
O pecado que não magoa.
Os curandeiros mal tratados
Os políticos menstruados. O deputado marmanjo.
Os que tomam conta de nós.
Os que às vezes odeiam
e arrefecem na fogueira
sacrifícios a um deus desconhecido.
Os autoclismos desprezados.
Os desenganados do amor.
O amor não reconhecido.
Os epitáfios não lidos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os incautos. Os perdulários. Os inaptos.
Os inadaptados. Os adoptados.
Os arautos. Os anormais. Os colegiais.
Os coloquiais.
Os que gritam Toni faz-me um filho
mesmo sabendo que eu só me chamo António.
Os que me pedem a camisola,
não se importando com o frio que depois teria.
Os agradecimentos. Os sentimentos.
As mulheres mal-aventuradas
e também as desgraçadas.
As menos interessantes. As de ventre inchado.
As desconfiadas.
Os epicentros. Os retábulos. Os oráculos.
Os oratórios. Os sacrários. Os dromedários.
Os anjos sem cabecinha e com asas de cebolada.
Os conventos. As carmelitas.
As recolhidas. As não escolhidas.
As que f…. às escondidas.
As noviças. As nabiças.
As metediças. As mestiças.
As clandestinas e as dominicanas.
As virgens imaculadas . As louras. As oxigenadas.
As infectadas. As perfuradas.
Os eclesiásticos da parábola do falo.
Os faloqueiros e azeiteiros.
A serenidade embutida nas alas psiquiátricas.
Os obscenos. Os helénicos. Os frenéticos.
Os morenos. Os patéticos. Os angélicos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A beleza da incerteza.
As musas mediáticas e as dores ciáticas.
A visita guiada. A colaboração.
A pena. A temperatura amena.
O turismo sexual.
O casamento conveniente.
A proposta indecente.
O anel de diamante.
As bodas de fígado. A foto à la minute.
O minete feito à pressa. O linguado desajeitado.
O orgasmo não adquirido.
Os onanismos coerentes.
As práticas indecentes
O resto que nunca interessa.
A faca na liga. A cintura descaída.
O peito flácido. A ária do Plácido.
O domingo soalheiro. O furo no mealheiro.
O jet leg. O jet set. O cinc à sec.
Os astronautas e argonautas.
Os anabolizantes e fertilizantes.
Os debutantes e os não principiantes.
A família que não escolhemos.
A paciência que não pudemos.
A fodação Internacional.
A importância do espanador.
Os suicídos que estão para vir.
Os que gastam a vida a carpir.
Orai agora por mim.
Aquele que nunca será o vosso salvador.
,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
Os desertores da infâmia.
Os que com sangue regam gota a gota
as rosas com espinhos arrependidos.
Os que estão sempre prontos para cair na tentação.
Os que só ajoelham para determinada posição.
Os pervertidos da glória.
Os travestidos da memória.
Os que continuam a sonhar com outra coisa.
Os que não fazem outra coisa senão sonhar.
Os que teimam em tapar o buraco
da camada do ozono com bolas de naftalina.
Os que só pensam em introduzir no buraco do Osório.
Os que se vendem mesmo por preço irrisório.
Os sérios, os graves, os desanimados.
Os ridículos, os burlescos, os grotescos, os cómicos.
Os bizarros, os pífios, os tolos, os engraçados.
Os gozados, os satíricos, os caricatos.
Os disformes, os velhacos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os preocupados sem futuro.
Os desocupados no futuro.
Os medíocres.
Os que escrevem arritmias nos murais
das redes sociais.
Os que injectam doses optimistas.
Os que mantêm teimosamente
ventríloquos tresloucados
E entopem artérias
com todos os sentidos proibidos.
Os que amam nos tempos difíceis.
Os que dormem na vertical.
Os que morrem à pressa.
Os que demoram a viver.
Os que nos aborrecem sordidamente.
Os que usam nós de gravata
completamente desafinados.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os mal-educados.
Os analistas do fluído vaginal.
Os que pedem sempre desculpa numa frequência imoderada.
Os indiferentes.
Alguns indigentes.
Os menos inteligentes.
A carpideira.
A moçoila namoradeira.
O petiz aprendiz.
Os que não corroem a corrupção.
Os fatídicos.
Os distraídos.
Os mal dizentes.
Os mordedores de inveja.
Os sábios sem nexo.
Os que não têm de nós boas ideias.
Os que fugiram à boleia e voltaram de táxi.
O difícil sem fácil.
Os pensamentos mal frequentados.
Os esquisitos.
Os requentados.
Os esquentados.
Os bons e os malvados.
Os putativos.
Os inerentes.
A barata no topo do bolo.
O engraçado que só é tolo.
A dignificação.
A insubmissão.
A sublimação.
A efervescência.
O esturro do tacho.
Quem se deixa ser capacho.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A sílaba mal colocada.
O ponto sem nó. A exclamação desfocada.
Os desarrumados mentais.
E também os sentimentais.
Os que confundem bóbós com papos de anjo.
O padre que diz que perdoa.
O pecado que não magoa.
Os curandeiros mal tratados
Os políticos menstruados. O deputado marmanjo.
Os que tomam conta de nós.
Os que às vezes odeiam
e arrefecem na fogueira
sacrifícios a um deus desconhecido.
Os autoclismos desprezados.
Os desenganados do amor.
O amor não reconhecido.
Os epitáfios não lidos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
Os incautos. Os perdulários. Os inaptos.
Os inadaptados. Os adoptados.
Os arautos. Os anormais. Os colegiais.
Os coloquiais.
Os que gritam Toni faz-me um filho
mesmo sabendo que eu só me chamo António.
Os que me pedem a camisola,
não se importando com o frio que depois teria.
Os agradecimentos. Os sentimentos.
As mulheres mal-aventuradas
e também as desgraçadas.
As menos interessantes. As de ventre inchado.
As desconfiadas.
Os epicentros. Os retábulos. Os oráculos.
Os oratórios. Os sacrários. Os dromedários.
Os anjos sem cabecinha e com asas de cebolada.
Os conventos. As carmelitas.
As recolhidas. As não escolhidas.
As que f…. às escondidas.
As noviças. As nabiças.
As metediças. As mestiças.
As clandestinas e as dominicanas.
As virgens imaculadas . As louras. As oxigenadas.
As infectadas. As perfuradas.
Os eclesiásticos da parábola do falo.
Os faloqueiros e azeiteiros.
A serenidade embutida nas alas psiquiátricas.
Os obscenos. Os helénicos. Os frenéticos.
Os morenos. Os patéticos. Os angélicos.
ORAI POR NÓS, MAS NÃO PERCAM MUITO TEMPO.
A beleza da incerteza.
As musas mediáticas e as dores ciáticas.
A visita guiada. A colaboração.
A pena. A temperatura amena.
O turismo sexual.
O casamento conveniente.
A proposta indecente.
O anel de diamante.
As bodas de fígado. A foto à la minute.
O minete feito à pressa. O linguado desajeitado.
O orgasmo não adquirido.
Os onanismos coerentes.
As práticas indecentes
O resto que nunca interessa.
A faca na liga. A cintura descaída.
O peito flácido. A ária do Plácido.
O domingo soalheiro. O furo no mealheiro.
O jet leg. O jet set. O cinc à sec.
Os astronautas e argonautas.
Os anabolizantes e fertilizantes.
Os debutantes e os não principiantes.
A família que não escolhemos.
A paciência que não pudemos.
A fodação Internacional.
A importância do espanador.
Os suicídos que estão para vir.
Os que gastam a vida a carpir.
Orai agora por mim.
Aquele que nunca será o vosso salvador.
,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
O Único Verdadeiro Deus Vivo: Ontem, n'A Barraca, perante uma audiência de 3...
O Único Verdadeiro Deus Vivo:
Ontem, n'A Barraca, perante uma audiência de 3...: Ontem, n'A Barraca, perante uma audiência de 35 pessoas. Uma sessão do caraças! (fotos: Joana Azevedo).
Obrigado, Miguel Martins. Obrigado, Joana Azevedo (fotos). Obrigado, Ricardo Marques. Obrigado, André. Obrigado Bar a Barraca.
Muito Obrigado a todos os presentes.
Ontem, n'A Barraca, perante uma audiência de 3...: Ontem, n'A Barraca, perante uma audiência de 35 pessoas. Uma sessão do caraças! (fotos: Joana Azevedo).
Obrigado, Miguel Martins. Obrigado, Joana Azevedo (fotos). Obrigado, Ricardo Marques. Obrigado, André. Obrigado Bar a Barraca.
Muito Obrigado a todos os presentes.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
OS ENGANOS CONTINUARÃO A NÃO FUNCIONAR
Ás
vezes estamos mais empoeirados do que
o retrato que teimamos limpar
e
o pano que nos suja a saudade esconde
as lágrimas que a ausência
nos oferece.
Mete-nos medo o dormir deste cansaço
e tapámos a
escuridão com soluços asfixiados
na esperança do embalo do medo do
sono.
Aleijámos a consciência cheia de cãibras
ensopadas em pó de
talco
e logo pensamos que esta coisa de fingir a vida
nem sempre
resulta.
Ficámos à espera da demora da consulta
e fatigamos o tempo
nesta mentira
que nos apodrece dia após dia.
Elegemos a santidade
plástica
da nossa imperfeição para amenizar
aquilo que, por não
conseguirmos fazer, vai constantemente sendo adiado. Lubrificamos a
intenção com bálsamos tão inúteis como a nossa falta de
préstimo. Somos solidários com aquilo que não presta e iludimos o
pensamento com o cheiro de um ambientador abusivamente impregnado com
cheiro a merda.
Rezamos
de todas as maneiras!
&
isso continua a fazer de nós um exemplo cada vez mais incompleto da
perfeição.
Cingindo
o nosso contrário, os enganos continuarão a não funcionar.
ESPERANÇA MENTIDA
Novos
medos brilhando no escuro
abraçando um espelho cansado
dos salpicos do amor com pecado.
Persigo as ansiedades que usarei
nas línguas de mentiras
que apertam o cinto
levemente batidas pelo chicote.
Abandono pequenos recados
escritos em fantasias de anúncios.
Desenho a solidão
dentro do mar de tanta gente
que numa ola sincronizada
despede-se à pressa
de si própria.
Aplausos imbecis
continuam a entupir bueiros.
Estrelas decadentes
acendem pastilhas
para o sono de todas as inquietudes.
Tingimos de névoa toda a vontade apetecida
para depois navegar
num estúpido marasmo
a desilusão que vivemos.
É sempre tarde
nas horas que tanto nos fogem.
Ficam tão distantes as palavras
na máquina que já nada escreve.
E esperamos até amanhã
Com toda a esperança mentida.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
abraçando um espelho cansado
dos salpicos do amor com pecado.
Persigo as ansiedades que usarei
nas línguas de mentiras
que apertam o cinto
levemente batidas pelo chicote.
Abandono pequenos recados
escritos em fantasias de anúncios.
Desenho a solidão
dentro do mar de tanta gente
que numa ola sincronizada
despede-se à pressa
de si própria.
Aplausos imbecis
continuam a entupir bueiros.
Estrelas decadentes
acendem pastilhas
para o sono de todas as inquietudes.
Tingimos de névoa toda a vontade apetecida
para depois navegar
num estúpido marasmo
a desilusão que vivemos.
É sempre tarde
nas horas que tanto nos fogem.
Ficam tão distantes as palavras
na máquina que já nada escreve.
E esperamos até amanhã
Com toda a esperança mentida.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
NADA FALTA NESTA IMAGEM
E
este som que me baila nos dedos
como se fosse verdade a vontade
com que me deito nos dias adormecidos
E este brincar de criança inocente
que há tanto não me pertence
Há uma sombra no meu caminho
que está sempre a sorrir
É ela que pinta o arco-íris
e borda nas suas cores os nomes que recordo
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
nuvens ciganas
E
este ardor sempre presente
que faz de mim o ausente de toda a
precisão
E
este querer sempre enganado como se fosse verdade a vontade
com que me deito nos dias adormecidos
E este brincar de criança inocente
que há tanto não me pertence
Há uma sombra no meu caminho
que está sempre a sorrir
É ela que pinta o arco-íris
e borda nas suas cores os nomes que recordo
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
PLACEBO
Levas-me
naquela estrada onde se escondem
Tem um sabor diferente aquilo que mostras
& eu amparado no amor inocente,
entrego no teu coração sinais
que cheiram o artifício da paixão.
Sentados à sombra da árvore da fingida ternura,
colámos nas nossas bocas
sorrisos de circunstância.
Foi tão curto este caminho.
… e mesmo assim ficamos fartos de tanto atropelo.
Somos copos pequenos para tamanha tempestade.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
as dúvidas apaixonadas com passos
sem volta
que
esperam abraços nunca acontecidos.Tem um sabor diferente aquilo que mostras
& eu amparado no amor inocente,
entrego no teu coração sinais
que cheiram o artifício da paixão.
Sentados à sombra da árvore da fingida ternura,
colámos nas nossas bocas
sorrisos de circunstância.
Foi tão curto este caminho.
… e mesmo assim ficamos fartos de tanto atropelo.
Somos copos pequenos para tamanha tempestade.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
AMANTES FURIOSOS
Vai
chegar o tempo
em que já não poderei colher flores
nem regar os sorrisos do nosso encontro.
Poderás sempre encontrar-me
no desencontro dos livros
resmungando junto das estátuas amigas
poemas que só então
terei a coragem de escrever.
Aparecerão as manhãs submersas
e uma fadiga benfeitora
e talvez outros caminhos
percorram então as janelas que abrimos.
Novos jogos de sedução
poderão anoitecer
e finalmente encontrados,
iremos brincar
como amantes furiosos.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
em que já não poderei colher flores
nem regar os sorrisos do nosso encontro.
Poderás sempre encontrar-me
no desencontro dos livros
resmungando junto das estátuas amigas
poemas que só então
terei a coragem de escrever.
Aparecerão as manhãs submersas
e uma fadiga benfeitora
e talvez outros caminhos
percorram então as janelas que abrimos.
Novos jogos de sedução
poderão anoitecer
e finalmente encontrados,
iremos brincar
como amantes furiosos.
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
,2017fev_aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª sessão – Bar a Barraca – 9 de Fevereiro – 22.30h
Ricardo Marques, campeão de MMA de San Marino por três anos consecutivos, lê Patti Smith, a rainha do funaná.
A impopular banda de blues Sec’Adegas abrilhanta a sessão.Quem não aparecer é porque põe rímel nos pêlos do peito (seja homem ou mulher)....
Finalmente em Portugal!
Expressamente vindos da Gare do Oriente e a pedido de várias famílias, ( que mais tarde se irão arrepender), os SEC`ADEGAS, trajados a rigor , irão fazer uma breve e improvável aparição. Que alguém vos ajude, até porque nós não sabemos como.
Blues For You!
Blues For You!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Finalmente em Portugal! SEC`ADEGAS - Bar A Barraca - Teatro Cinearte - 9/Fevereiro
Expressamente vindos da Gare do Oriente e a pedido de várias famílias, ( que mais tarde se irão arrepender), os SEC`ADEGAS, trajados a rigor, irão fazer uma breve e improvável aparição. Que alguém vos ajude, até porque nós não sabemos como.
Blues For You!
Blues For You!
O Único Verdadeiro Deus Vivo: Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª ...
O Único Verdadeiro Deus Vivo:
Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª ...: Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª sessão – Bar a Barraca – 9 de Fevereiro – 22.30h – entrada grátis Ricardo Mar...
Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª ...: Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 221ª sessão – Bar a Barraca – 9 de Fevereiro – 22.30h – entrada grátis Ricardo Mar...
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
AGORA ELA PERCORRE A ESTAÇÃO DOS SALDOS
Pensava que estar ao contrário era suficiente.
Nunca chegava ao fim e perdia-se na procura do caminho, com passos que marcavam a encruzilhada.
Cosia demasiadamente as ideias, queimando sempre a tentativa mais simples....
O psiquiatra só a queria comer e prometia-lhe a cura numa fria salada de delícias do mar.
Mas ela duvidava, sempre que a ocasião era chegada.
E despia-se em ousado ritmo de strip-tease, para que ele não duvidasse nunca da sua vontade.
As melhoras tardavam e o período constituía assim a sua desculpa.
Mas ele queria. Insistia. Insistia.
E chegou assim o dia prometido.
Beijou-o quentamente numa língua apaixonada com sabor a comprimido.
Deu-se mal, pois então!
Mostrou uns olhos estranhos, um respirar dificultoso e apareceu no canto da boca uma espuma que não parava de crescer. Alguns peixes ainda tiveram tempo para fugir, mas um tentáculo distraído, foi dormir a sesta numa cama abraseada. Nem o branco gelado, prontamente servido, o salvou.
Agora ela percorre a estação dos saldos, à procura de uma lingerie enviuvada. E de cada vez que a experimenta, lembra-se como ele gostava do vermelho, que agora lhe beija a pele.
Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
Nunca chegava ao fim e perdia-se na procura do caminho, com passos que marcavam a encruzilhada.
Cosia demasiadamente as ideias, queimando sempre a tentativa mais simples....
O psiquiatra só a queria comer e prometia-lhe a cura numa fria salada de delícias do mar.
Mas ela duvidava, sempre que a ocasião era chegada.
E despia-se em ousado ritmo de strip-tease, para que ele não duvidasse nunca da sua vontade.
As melhoras tardavam e o período constituía assim a sua desculpa.
Mas ele queria. Insistia. Insistia.
E chegou assim o dia prometido.
Beijou-o quentamente numa língua apaixonada com sabor a comprimido.
Deu-se mal, pois então!
Mostrou uns olhos estranhos, um respirar dificultoso e apareceu no canto da boca uma espuma que não parava de crescer. Alguns peixes ainda tiveram tempo para fugir, mas um tentáculo distraído, foi dormir a sesta numa cama abraseada. Nem o branco gelado, prontamente servido, o salvou.
Agora ela percorre a estação dos saldos, à procura de uma lingerie enviuvada. E de cada vez que a experimenta, lembra-se como ele gostava do vermelho, que agora lhe beija a pele.
Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
Subscrever:
Mensagens (Atom)