Não
exijo nada. Só quero estar atento áquilo que me acontece. Hoje
ajudei a plantar três árvores, com a máxima generosidade. Quero
que elas medrem com a espera plena de curiosidade para despejá-las
dos seus possíveis frutos. Não é troca por troca, nunca paga ou
recompensa por nada que nunca se poderá saldar. É o tempo com
respeito, feito alegre, acolchoado com o sabor único de apreciar.
Não sou ínfimo em nada mas somente grande de decência. É uma
tentação inevitável e como tal, cuidarei dela sempre que me seja
possível. Não gosto de promessas, sobretudo daquelas com joelhos
esfolados que conspurcam asfaltos. Velas já não se usam. A
electrónica sugeriu-lhes a morte conveniente. O pior lixo poderemos
encontra-lo num qualquer jazigo infestado com rendas de mentirosos
arrependimentos. Fazemos caminhos tão estreitos que atrapalham o
trânsito de carros de mão. Enfronhados na razão absurda andamos
com molhos de flores que nos olham desconfiadas e percorremos a via
sacra onde consagramos a nossa azia, e confundimos os epitáfios dos
apóstolos, onde ardemos círios como se fossem parte de nós, aqui
onde mentimos lambendo feridas alheias. Tanta pena em vão para não
ser saudade, voos tão pequenos com lamentos em forma de posologia e
indecentemente esperámos que alguém rogue por nós. Persignarmos
esta prece trinchando o peru que roubamos ao pai natal. De joelhos!
Aqui e agora. E agora o que fazer? Rasgar bandeiras, mas sobretudo
não falhar a colocação das bandarilhas. É este o momento. Convém
estar atento. A vacinação é gratuita. Os boletins pouco custam.
Qualquer multinacional está empenhada, e claro, nunca preocupada,
com o nosso desalento. Providenciará campanhas com descontos
adequados á nossa estúpida conveniência. Alguém irá sobreviver.
Rejeito qualquer hipótese de convite.
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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