Pesquisar neste blogue

domingo, 27 de setembro de 2015

NUNCA LAMENTAREI A FALTA DE SORTE

A exiguidade das emoções que constantemente me são propostas, 
não passam de anomalias patológicas, gargalhadas congeladas 
em postas de má tez e configuração. Ínfimos zeros que só atrapalham uma boa relação aritmética. Análises sucessivas a um colesterol previamente envenenado, sangue tirado de veias ulcerosas. Tanto sorriso injectado, mal intencionado, medidas mal tiradas, vontades preguiçosas numa lua de mel adoçada com fel. E o mundo lá fora, a arder. Alguém erradamente calculou a volumetria do desejo, estrangulando o seu vigor numa embalagem fora de moda. O conhecimento académico cansa-me o fígado, causa-me eczema, ninguém atende o meu problema, dizem-me que  112 está constipado. Aleluia! É meio dia! Desta vez o relógio não se enganou. Nunca lamentarei a falta de sorte. Sobrevivo com o oneroso azar de a ela chegar sempre tarde.
Há fados piores. Aqueles que as guitarras não cantam.





2015aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário