A exiguidade das emoções que constantemente
me são propostas,
não passam de anomalias patológicas, gargalhadas congeladas
em postas de má tez e configuração. Ínfimos zeros que só atrapalham uma boa
relação aritmética. Análises sucessivas a um colesterol previamente envenenado,
sangue tirado de veias ulcerosas. Tanto sorriso injectado, mal intencionado,
medidas mal tiradas, vontades preguiçosas numa lua de mel adoçada com fel. E o
mundo lá fora, a arder. Alguém erradamente calculou a volumetria do desejo,
estrangulando o seu vigor numa embalagem fora de moda. O conhecimento académico
cansa-me o fígado, causa-me eczema, ninguém atende o meu problema, dizem-me
que 112 está constipado. Aleluia! É meio
dia! Desta vez o relógio não se enganou. Nunca lamentarei a falta de sorte.
Sobrevivo com o oneroso azar de a ela chegar sempre tarde.
Há fados piores. Aqueles que as
guitarras não cantam.
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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