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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Para não dizerem que não falei das flores

inútil desenhar sonhos, pintar sorrisos e evitar olhares.



Lembro-me de tudo o que quero e logo desejo que a memória não fosse senão uma vaga ideia. Olho-me e revejo tempo passado em obrigações plásticas que preenchem o vazio que sou. Não sei remar nesta maré e odeio a teimosia com que o meu barco me leva sempre ao mesmo ancoradouro. Derroto-me com sabores de vitórias e abusivamente optimista espero. Aguardo dias diferentes emoldurados com flashes de recordações. Ausento-me. Despeço-me sem partir, chego sem nunca estar presente. Jogo o mesmo jogo num projecto de vida que não passa dum casino (e aviso que o meu cú não é uma slot machine). sou violado observado controlado analisado etiquetado limitado.


lentamente
como se o vento fosse meu amigo, escondo-me em sorrisos de circunstância.
Caminho ao acaso no meio de gente ausente.
Solitário, na paz do jardim das árvores brancas decoro epitáfios e sorrio solidários ás flores de plástico.
Pele & ossos !
Uma mão cheia de tudo a outra cheia de nada : esta imagem não me é estranha.
Tú, tú que sabes tudo da solidão do mar

tú que sabes tudo da tristeza e dos seus sabores,
... ajuda-me a encontrar o caminho das flores.


Fecho este lugar sem portas, abraço o cheiro das suas ausências beijo memórias e guardo guardo secretamente lágrimas de
raiva.
Perdido nestes passos sem volta,
adio a viagem desejada. Atento á traição das palavras, alheio-me frequentemente do seu significado. Finjo que ouço mas não esqueço.


Então, acontecem as memórias que se
estendem pelo mar da desilusão.

o oceano não chega para me afogar !


Respiro naturalmente o
meu próprio nojo. Sorrio
risos cúmplices e
cansados com hálito de
tabaco e álcool. Hesito
sem convicção e não
resisto. Agarro a
vontade, pego na caneta
e ritmo palavras ao som
do flamenco proveniente
to teclado.


COMO SE FOSSE POETA ...

95.AGO.08

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