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quinta-feira, 20 de maio de 2021

A ÚLTIMA PARAGEM

 

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Ponteámos todas as cores dos sonhos.
Sossegámos as possibilidades das angústias.
Esperei por ti num futuro desalinhado. 
O que me ofereceste?
Um passaporte tingido na mentira da sorte,  
triste como o céu que me abençoou.
Meu amor, 
quem dera que tudo o que em ti houvesse, 
fosse no verbo que soprava o que de mim fingia existir.
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Estou no lugar onde te perdi. 
pensei que seriamos apenas um.
Já nada de nós consigo lembrar, 
nem mesmo um sorriso para disfarçar o tempo que prometia a tua presença. 
Nunca fomos nós, embora esta paragem
enfeite a teimosia  que tento não identificar.
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Quieto nesta dor, navego memórias. 
Sempre soube daquele nome, com demasiadas mágoas para ser chamado por um coração arrependido.
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Claro que podes falar, 
agora que pinto as noites da nossa mentira. 
A revolta que quero enganar já não funciona. 
Apodreceu no dilúvio improvável da solidão.
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Preso para sempre, em torno da lenta agonia pela qual os fantasmas do passado entram, há um rosto cheio de tristeza, que amadurece o sofrimento das noites que morrem sem luar.
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Exilado na paragem voltada para o infinito,
aguardo a bandeira do fora-da-lei

,2021Maio_aNTÓNIODEmIRANDA

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