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terça-feira, 24 de novembro de 2020

O ACONCHEGO DA NOITE MALDOSA

 

Nada mais do que o desespero 

estava escrito naquela esperança. 

Inchou a taça das agonias 

com a vontade restante. 

Caminhou para o céu 

como se a estrada existisse.

Deitou-se na cama da poeira,

escutou o sino com os berros 

dos últimos pássaros.

Embrulhou-se no cartão 

para o aconchego da noite maldosa.

Não tenho lugar para ti,

disse mais uma vez,

o raiar do dia.


,2020Nov_aNTÓNIODEmIRANDA


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