As louras têm mais graça, mesmo quando não compreendem a chalaça, e, riem desabrigadamente como se fosse meio dia, lá em Adis Abeba. As louras julgam que às vezes pensam e ninguém lhes tira esta presunção. Convém não exagerar na sua apreciação. Podem acreditar. Mesmo no seu normal estado de distração. Conduzem com o seu próprio código, convictas da sua inabalável beleza. Agarram o copo com delicadeza, nas outras coisas, às vezes com subtileza. E geralmente nunca têm uma pergunta inteligente na ponta da língua. É sabido que utilizam este órgão para certas operações. Aqui não há excepção. Têm um radar sempre a funcionar, que lhes permite ousar serem admiradas. Algumas para a brincadeira, são danadas. Normalmente têm uma vaga ideia da coerência, não ligam à decência e confundem a falta de apetite com uma qualquer greve de fome. Não há que abusar. Um passo de cada vez. Não vão elas tropeçar. Fazem algumas queixas, sobretudo da má coloração das madeixas. E mostram indignação.
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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